O que Vem Depois do Amor: EPISÓDIO 3
No terceiro episódio de O que Vem Depois do Amor, temos um vislumbre mais profundo da história da separação. Os protagonistas, Jungo e Hong, se encontram em um momento de silêncio no presente, enquanto uma figura importante do passado de Jungo entra em cena, trazendo à tona um total de quatro personagens atormentados por amores impossíveis.
Com apenas um episódio liberado esta semana, não recebemos muitas novas informações, mas a forte carga emocional da trama compensa isso. Na semana anterior, vimos Jungo se colocando na frente do carro de Hong para impedir sua partida. Logo no início deste episódio, após ela parar, ele entra no carro pelo lado do passageiro.
Os dois dirigem em silêncio por um longo tempo até que Hong diz que não há mais nada a ser dito. As perguntas que antes ela queria fazer parecem tardias agora. Jungo tenta quebrar o gelo chamando-a de “Beni”, como fazia antes, mas Hong se mantém distante, chamando-o pelo seu nome de pena e adicionando um “Sr.” de forma rigorosa. Ele deseja esclarecer mal-entendidos, mas Hong encerra rapidamente a conversa, revelando que está prestes a se casar.
Depois de deixá-lo de volta em seu hotel, sem sequer olhar para trás, ela se afasta e respira fundo. Após cinco anos, ela não imaginava que ainda não teria superado Jungo.
Mais tarde, acompanhada de Min-jun para comprar um vestido de noiva, Hong ainda não consegue tirar Jungo da mente. Ela recorda um momento em que experimentou um vestido de noiva com ele, e lágrimas surgem em seus olhos. A dor em seu rosto é palpável, e sinto cada segundo do seu desespero nesta cena. Embora o vestido que ela está experimentando seja lindo e se ajuste perfeitamente, ela o esconde de Min-jun, alegando que não serviu.
Através de flashbacks, descobrimos detalhes sobre o que levou à separação em Tóquio. No início, é uma sequência de amor e sorrisos, com Hong sempre presente em cada um dos diversos empregos temporários de Jungo. Ela confessa que não queria ficar longe dele por um único segundo e que não percebeu que essa não era uma reação comum no amor.
À medida que sua amiga e ex-companheira de apartamento, PARK JI-HEE (Mi-ram), deixa o Japão para voltar a Seul, a realidade se torna mais evidente. Nos dias em que Jungo fica até tarde trabalhando, vemos Hong sozinha em casa, esperando por ele. Na verdade, sempre que ele não está ali, ela está sozinha.
Certa noite, enquanto corre, ela torce o tornozelo. Jungo não consegue atender o telefone durante o trabalho, e quando finalmente chega em casa, já a encontra no hospital. A raiva dela explode; ela argumenta que o trabalho sempre vem antes dela. Ele pede desculpas por não ter estado presente, mas Hong vê isso como um padrão. Ela insiste que ele deixe todos os empregos.
Ele relembra que está trabalhando para custear seus estudos, e ela pergunta despreocupada: “E quanto a mim? Qual é o meu lugar na sua vida?” A questão decisiva finaliza com “Por que eu estou sempre sozinha?” Jungo, confuso, tenta explicar que eles vão para a cama juntos e acordam todo dia. “Eu quero estar com você. Estou me esforçando para isso”, diz ele. Hong então comenta que não sabe o que isso realmente significa. E, em seguida, solta a bomba: “Estou cansada de só poder descontar minha raiva em você.”
Agora chegamos à raiz do problema. Eu questionei no resumo da semana passada se a solidão de Hong no exterior influenciaria na separação, e agora percebemos que essa é a principal questão. Em uma narração interna, Hong reflete: “A solidão provoca ansiedade. A solidão enfraquece o amor. E, com a juventude, tudo se torna instável.”
Gostaria de destacar que, embora essa dinâmica seja completamente realista, a construção que levou a essa cena emocional foi insuficiente, na minha opinião. Vimos que Hong foi aceita na universidade de pós-graduação, mas ela disse à irmã que foi reprovada. Por que ela não vai para a universidade? E o emprego que ela tinha na loja de ramen? Ambas estas situações poderiam tê-la ajudado a socializar. E não podemos esquecer que ela fala o idioma local perfeitamente.
Ainda não sabemos que detalhes da história estão faltando, mas a ausência deles retira a força da discussão que eles têm. Eu me sinto incapaz de ter empatia por Hong (mesmo tendo vivenciado a própria versão da sua história) porque ela possui opções para se integrar. Consigo pensar em razões para as quais ela pode não estar aproveitando essas oportunidades, mas não temos acesso a esses sentimentos. Sem uma explicação, ela parece irracional nessa cena (embora, por experiência, eu saiba que provavelmente ela não é).
A outra grande revelação da semana é a introdução de KOBAYASHI KANNA (Nakamura Anne), a ex-namorada de Jungo, que esteve com ele antes de Hong. Após a saída de Hong de Tóquio, Kanna se depara com Jungo de coração partido em um bar. Ela se sente mal porque Jungo não pareceu tão magoado quando terminou com ela. No final, ela pergunta se, se ele está tão triste, ele gostaria de reatar o relacionamento.
De volta ao presente, Kanna aparece em Seul para se encontrar com Jungo. Ela diz que está ali por trabalho e que pensou em surpreendê-lo, mas em um encontro posterior, ela admite que na verdade veio para vê-lo. Ela confessa que esteve esperando cinco anos por seu amor, e isso levanta a dúvida: será que ele a recusou naquele dia sobre reatarem? Ou eles ainda são um casal e ele simplesmente não demonstra amor por ela?
Após Kanna revelar que está esperando Jungo a amar novamente, seus olhos ficam vermelhos e ele desvia o olhar. Ela sugere que ele deve ter se encontrado com Hong. Depois de se separarem, Jungo retorna ao seu quarto de hotel, absorto em pensamentos sobre Hong, e Kanna aparece à sua porta exclamando: “Vamos nos casar.” Ela o abraça, e ele parece em dúvida sobre como reagir.
O episódio termina, mas também obtemos um pouco mais de uma visão sobre o caráter de Min-jun. Vemos em flashback que, quando Hong voltou do Japão (sem nada, pois saiu às pressas), Min-jun estava no aeroporto com Ji-hee à sua espera. Ele é médico e estava cuidando do pai de Hong no hospital. Com o passar das semanas, Hong se dedica a ajudar na empresa de publicações do pai, enquanto Min-jun esforço-se para cuidar dela.
Após a compra do vestido de noiva, enquanto Hong e Min-jun desfrutam de petiscos e bebidas, ele menciona que sentiu saudades dela durante sua estadia no Japão, e que por isso decidiu segui-la. Quando ela começa a falar, ele a interrompe com a comida que chega. Então, ele diz que os sentimentos dela podem mudar e que ela pode nunca precisar dizer o que estava prestes a dizer. Assim, ele já percebe que a relação não é recíproca.
Que situação complicada. Este episódio está, sem dúvida, provocando dores no meu coração. Agora, minha empatia se estende a todos os quatro personagens, em vez de apenas dois. Min-jun e Kanna estão em uma posição difícil como os que ‘ficam na reserva’ e a ‘aposta segura’, ambos evidentemente apaixonados, embora cientes de que seus interesses amorosos pertencem a outra pessoa. Continuar amando alguém assim deve ser uma forma constante de desilusão. Entretanto, o dorama faz um belíssimo trabalho ao nos permitir ver a perspectiva desses personagens, sem tratar apenas os protagonistas como os únicos dignos de nossa compaixão.
Minha única crítica real é que eu gostaria de ver um segundo episódio para aprofundar a trama. Estou profundamente interessada nos personagens e na história, mas a breve menção sobre o que ocorreu em Tóquio não foi suficiente para saciar minha curiosidade. Farei apenas o que me resta: esperar com a tristeza no coração pelo próximo final de semana.
Originária de Busan e ex-produtora de TV, Soo-Mi viajou pela Ásia buscando inspirações. Apaixonada por dramas contemporâneos, sua escrita é empática e sincera, conectando-se profundamente com os leitores.