Minha jornada neste dorama começou quando me encontrava no início de minha fascinação por doramas, um encantamento que perdurou por boa parte deste ano. Foi através deste dorama que nasceu minha admiração por Yeo Jin-goo, que posteriormente me levou a explorar Beyond Evil, que agora ocupa um lugar especial em minha lista de doramas coreanos favoritos. Beyond Evil se destaca por sua narrativa excepcionalmente bem construída, e a atuação é o toque final perfeito.
Mas, redirecionando nossa atenção para o foco desta crítica, Hotel del Luna foi o primeiro dorama que vivenciei com IU e Yeo Jin-goo. Achei IU mais marcante nesta interpretação, algo que discutirei mais adiante. A primeira vez que assisti foi na Viki, mas com sua chegada à Netflix, soube que era hora de revisitar. Minhas lembranças sobre a trama eram um tanto nebulosas, então foi uma boa oportunidade para refrescar a memória. Tenho várias observações a fazer, então vamos nos aprofundar nesta crítica.
Conteúdo do dorama hotel del luna
O enredo deste espetáculo é centrado no Hotel del Luna. Sob a administração da personagem de IU, Jang Man-wol, trata-se de um ambiente sobrenatural ao qual apenas humanos com alguma conexão com o sobrenatural ou que recém deixaram o plano mortal podem ter acesso.
Todos os empregados do hotel são almas com assuntos inacabados no mundo dos vivos, e à medida que os episódios avançam, vamos desvendando suas histórias — é tocante ver eles alcançando a paz e seguindo adiante. Jang Man-wol está confinada neste hotel, pois sua alma está vinculada a ele. Ela cometeu um grave erro no passado, o que a destina a gerenciar este hotel sobrenatural até que consiga também seguir adiante.
O ritmo da narrativa se altera com a chegada de Gu Chan-sung. Seu pai firmou um pacto com Jang Man-wol quando ele era pequeno, assegurando que, em duas décadas, quando Chan-sung estivesse adulto, ele poderia se unir à equipe do hotel, apesar de ser humano. A trama se intensifica quando Jang Man-wol busca por Chan-sung, pois chegou o momento dele assumir sua posição no hotel, e assim acompanhamos a trajetória de Chan-sung como o jovem e novo gerente deste hotel singular.
É neste cenário que ele consegue aquecer o coração gelado de Man-wol, dando origem a um romance quase tangível, mas que todos nós sabemos ser um amor destinado ao insucesso devido à transitoriedade das almas. Quando se despedem do plano terreno, todas as memórias se desvanecem.
O dorama é entrelaçado por várias subtramas, já que os personagens centrais necessitam orientar os demais na resolução das questões. Temos uma protagonista determinada e, à primeira vista, impassível, que precisa proteger nosso valoroso Chan-sung dos perigos que enfrentam. Apreciei esse aspecto, pois quebra o estereótipo de mulheres sempre necessitando serem resgatadas.
A missão de Chan-sung é clara: transformar o coração endurecido de Man-wol para assegurar a ela a redenção final que tanto merece e anseia. O romance é um elemento secundário, mas o que realmente resplandece são as histórias dos funcionários confrontando seus passados, permitindo que avancem para a próxima fase de sua existência.
A despeito da proposta romântica ser atrativa, a sintonia entre os personagens principais não me cativou por completo. A narrativa é mais voltada para Man-wol, e Chan-sung surge apenas nas últimas etapas de sua saga pós-existencial. IU realmente se destaca como Man-wol com seus lábios rubros vibrantes e postura sarcástica. Man-wol é uma personagem mais bem delineada, talvez porque o enredo se debruça bastante sobre ela. Chan-sung, em contrapartida, não recebeu o mesmo aprofundamento, tornando-se um personagem um tanto unidimensional e imutável.
Existe um triângulo amoroso, mas não é devidamente explorado, já que Chung Myung não possui uma presença física propriamente dita. As recordações com ele são encantadoras, e admito que torci mais por esse envolvimento do que pelo romance com Chan-sung, pois a conexão era mais palpável.
Na minha visão, o grande trunfo deste dorama são os trajes de IU. Houve um investimento significativo em seu vestuário e na estética decorativa, conferindo ao dorama uma beleza visual estonteante. Sou um entusiasta da moda nos doramas, mas este elevou a qualidade a um nível superior. Tudo em Man-wol é impecável e aspirava ser como ela na maturidade. Seria intrigante se o romance fosse deixado de lado, optando por uma relação platônica, mas, lamentavelmente, os aficionados por doramas almejam por romance.
Reflexões Finais
Se decidir assistir, sugiro que o faça pelos valores de produção. Se estiver disposto a abdicar do ceticismo e se deixar envolver, talvez desfrute mais deste dorama do que eu. Valeu a pena pelos trajes — ansiava poder me vestir como Man-wol diariamente. Ah, que aspiração. Talvez um dia, com peças adquiridas em brechós. Enfim, o romance entre os personagens principais é tímido e Chan-sung é um personagem bastante superficial. Yeo Jin-goo é um ator notável e creio que poderiam ter explorado mais seu talento. IU acaba sendo o centro das atenções, pois testemunhamos a evolução de sua personagem ao longo do dorama. Sinceramente, não creio que irei revisitar este dorama.
Avaliação: 2,5/5
Fonte: Ashleyhajimirsadeghi
Ji-Yeon Park, nascida entre as paisagens de Seul e Busan, é uma apaixonada veterana dos doramas com uma profunda conexão com a cultura coreana. Com formação em Literatura e Estudos de Mídia, ela tem uma rica experiência na indústria do entretenimento coreano e dedica-se a compartilhar seu amor e conhecimento sobre dramas asiáticos através de análises perspicazes e histórias envolventes.