Quando um atleta traumatizado cruza o caminho de uma pesquisadora em neurociência, ele recebe um milagre — a chance de apagar suas memórias dolorosas e transformar sua vida desoladora. A questão é: ele realmente recebeu uma bênção ou seu passado irá assombrá-lo, acompanhada de efeitos colaterais inesperados?
EPISÓDIOS 1-2
O dorama começa na infância do prodígio do tênis LEE GUN, que está a apenas um ponto de vencer o Campeonato Mundial Júnior. Seu irmão mais novo, LEE SHIN, é seu “ball kid”, torcendo por ele do lado de fora. No momento decisivo, a raquete do oponente escorrega da sua mão, voando diretamente em direção a Shin. Instintivamente, Gun salta para proteger seu irmão, levando o impacto — e embora ganhe a medalha de ouro, a lesão altera irreversivelmente o curso de sua vida.
Agora adulto, Gun (Kim Jae-joong) reassiste ao vídeo de sua partida enquanto está em um avião com sua família. No bar da primeira classe, a passageira KYUNG JOO-YEON (Jin Se-yeon) escuta os lamentos de autopiedade de Gun e começa a digitar um diagnóstico em sua tablet. Ambos estão presos em suas próprias cabeças, com Joo-yeon assumindo erroneamente que Gun está flertando com ela — quando na verdade ele só queria apontar que o batom dela estava borrado. Uma repentina turbulência faz com que o dedo de Gun vá parar nos lábios de Joo-yeon, e logo em seguida ela o deixa cair no chão para salvar sua tablet. LOL, esses dois são um desastre.
As trapalhadas entre Gun e Joo-yeon não param por aí. Enquanto distrai a horda de repórteres e fãs no lugar do astro do tênis Shin, Gun acaba colidindo novamente com Joo-yeon e, sem saber, troca suas malas idênticas. Depois percebe que o carro de sua família foi embora sem ele, sem nem ao menos perceber que ele não embarcou.
Um flashback emocionante mostra que Gun foi deixado com sua avó por alguns anos para não ter que suportar ver Shin praticar tênis sem ele. Enquanto tenta alcançar o táxi dos pais, Gun derruba sua medalha em um lago e acaba caindo atrás dela — e uma menina jovem o salva de afogar.
No presente, Gun é o “patinho feio” da família. Seus pais se encantam com o filho dourado Shin (Lee Jong-won!), atendendo a todas as necessidades dele, enquanto Gun lida com a mãe (Yoon Yoo-seon) invadindo seu quarto em busca da geladeira de kimchi. Sem dúvida, Gun tem uma visão de si mesmo tão baixa quanto a que os outros têm dele — ou seja, não é nada favorável. Em meio ao seu dia horrível, ele não consegue encontrar energia para atender as ligações frenéticas de Joo-yeon, que pede de volta sua mala.
O trauma de Gun se manifesta em dores fantasma que atormentam sua mão direita, e é assim que ele encontra Joo-yeon novamente. Ela, uma psiquiatra, diagnostica seu problema com uma frieza pragmática — está tudo na sua cabeça. Suas palavras soam como desprezo à situação de Gun, mas quando ela revisa seu laudo médico, ela deixa uma mensagem de voz sincera esclarecendo seu ponto de vista e validando sua dor.
A pesquisa de Joo-yeon é um estudo inovador, propondo uma neurocirurgia que pode remover memórias negativas. Em outras palavras, um “Apagador de Memórias Ruins”. Apesar de começar com o pé esquerdo com Gun, ela não consegue deixar de sentir simpatia pela sua situação.
Mas tudo muda quando a trava da gaiola que transporta o rato de laboratório se solta e o pobre animal acaba esmagado sob o pneu de Gun. Devastada pela perda de meses de pesquisa, Joo-yeon desabafa com Gun, acusando-o de subestimar a vida preciosa. “Você já foi uma pessoa significativa para alguém?” Joo-yeon critica, enquanto Gun se apodera da autopiedade.
Depois de um funeral para o rato, Joo-yeon ousadamente pede ao painel da conferência que permita um segundo teste — mas desta vez em um humano. Coincidentemente, naquela noite, o sujeito perfeito de teste chega. Gun é levado ao hospital, inconsciente e sangrando profusamente após pular de uma ponte.
Shin se conhece com o colega de Joo-yeon, HAN DONG-CHIL (Kim Kwang-gyu), do qual está recebendo receitas secretamente, presumivelmente para sua ansiedade diante das câmeras. Depois de ver por acaso os arquivos de pesquisa de Joo-yeon na mesa de Dong-chil, ele implora para que Dong-chil salve seu irmão.
Joo-yeon observa a cirurgia, consumida pela culpa por suas últimas palavras a Gun. A operação é um sucesso — mas quando Gun acorda, sua mente sobrepôs Joo-yeon à imagem do seu primeiro amor, e ele a cumprimenta puxando-a para um abraço. Esse não é o único efeito colateral peculiar. A perda de memória de Gun resultou em uma mudança de personalidade de 180 graus, transformando-o em uma pessoa cheia de confiança, se espalhando como um pavão orgulhoso. Nãoooo, a vergonha alheia! *cringe*
A postura flamboyant de Gun pode levantar algumas sobrancelhas, mas é bem mais interessante do que a timidez que ele apresentava antes. Para proteger seu irmão da dolorosa verdade e explicar sua amnésia, Shin mente que Gun simplesmente caiu escada abaixo. Quanto a Joo-yeon, ela está diante da potencial ruína de seu ensaio clínico se a notícia do efeito colateral peculiar se espalhar. Contudo, a alternativa é jogar com a fantasia mal interpretada de Gun, e Joo-yeon não está segura de qual destino é o pior.
No entanto, as memórias de Gun não devem permanecer reprimidas para sempre. Uma menção casual de sua medalha perdida o faz voltar ao hospital com uma dor aguda na cabeça, provocando flashbacks que revelam mais sobre sua tentativa de suicídio. Em sua reunião de escola primária, Gun encontra sua medalha perdida pendurada na árvore de desejos de Natal. Eufórico com a perspectiva de reencontrar seu primeiro amor, ele a persegue, apenas para encontrá-la beijando Shin no estacionamento — reforçando como ele sempre perde tudo o que já teve para seu irmão mais novo.
A mãe dele confessa isso a Joo-yeon, quando a médica a encontra chorando ao lado de Gun, consumida pela culpa por sua conduta indiferente antes. Na noite em que ele mergulhou no Han River, ele repetidamente pegou o caranguejo que a avó lhe enviou dos pratos que a mãe oferecia a Shin, até que finalmente explodiu com sua família por conta do evidente favoritismo. Quando a mãe o repreendeu severamente, Gun afirmou a verdade — ela pode ser mãe de Shin, mas nunca foi mãe para ele.
Naquela noite, Gun vagueia pelo court de tênis do hospital, onde Joo-yeon o encontra, inconscientemente derramando lágrimas. Logo, a máquina de bola dispara, e Gun a vira, pegando a bola com a mão direita. Percebendo que Gun finalmente consegue usar sua mão novamente, Joo-yeon se resolve a não tornar seu progresso inútil. “Você sempre pode recomeçar,” ela o tranquiliza. “Seja no esporte ou no amor. Isso mesmo. Eu sou seu primeiro amor.”
Este show pode parecer maluco e superficial à primeira vista, mas também revisita cenas anteriores para recontextualizar as ações dos personagens, adicionando pathos às suas motivações. Gun reclama que a mãe só cozinha frango saudável para agradar Shin, mas no dia seguinte, ela faz frango grelhado para ele. A emergente jogadora de tênis CHA SHI-ON (Lee Ruby) tem uma foto de Gun quando jovem como papel de parede do celular, provando suas palavras sobre olhar para ele como sua inspiração.
Quanto a Shin, ele pode parecer contente em brilhar às custas do irmão, mas depois que o diretor de sua agência menospreza Gun na frente de todos, Shin imediatamente ameaça rescindir seu contrato. Isso ecoa na cena em que Gun, após a cirurgia, acaba ocupando o quarto de Shin, que simplesmente o deixa ficar, limpando suas próprias fotos. Esses personagens podem ter falhado com Gun de várias maneiras, mas também estão se levantando por ele, de formas que ele não percebe.
Embora o humor não ressoe muito comigo por ser excessivamente caricatural, e as metáforas sejam um pouco forçadas, gosto da mensagem central do show. Frequentemente, interpretamos o mundo através da lente de nossa própria miséria, e as vendas resultantes que se formam inevitavelmente bloqueiam o amor dirigido a nós. É muito fácil tomar como garantido o que temos e descartar a dor dos outros porque estamos muito focados em nossa própria.
Para aguçar nosso interesse para a próxima semana, o show nos deixou em dois intrigantes cliffhangers. No meio de uma sessão noturna na academia, Shin é abordado por um policial, embora ainda não saibamos o motivo. Em outro lugar, o suposto primeiro amor de Gun, Yang Hye-ji, retorna para casa, com bagagem em mãos.
Por enquanto, parece que os personagens estão sendo arrastados pelas vontades da trama e seu humor — e não existindo como pessoas por direito próprio — então espero que os episódios subsequentes se aprofundam mais no que realmente os motiva. Apesar dos problemas éticos e da incompetência geral, acredito que o show tem potencial para tocar algumas cordas emocionais, se se inclinar para a sinceridade de sua mensagem.
Originária de Busan e ex-produtora de TV, Soo-Mi viajou pela Ásia buscando inspirações. Apaixonada por dramas contemporâneos, sua escrita é empática e sincera, conectando-se profundamente com os leitores.