Em uma bucólica cidade turística sul-coreana, os dias de verão são preenchidos por luz do sol, tempo na piscina e natureza. Mas, sob essa idílica superfície, um assassinato e um desaparecimento assombram os moradores.
O thriller de crime The Frog junta os dois incidentes, embora estejam separados por 20 anos.
Um deles é um crime de 2001: um serial killer brutalmente assassina e desmembra uma mulher no Lakeview Motel, arruinando a reputação do local e as vidas de seu proprietário Koo Sang-jun (Yoon Kye-sang), sua esposa Seo Eun-gyeong (Ryu Hyun-kyung) e seu filho Koo Gi-ho (interpretado por Chanyeol, do grupo K-pop Exo, como adulto).
O outro se passa nos dias atuais: uma mulher misteriosa, Yoo Seong-a (Go Min-si), faz check-in em um aluguel de férias administrado por Jeon Yeong-ha (Kim Yoon-seok) com seu filho pequeno, mas, quando parte, o garoto não é encontrado.
Ambos os crimes estão ligados pela policial Yoon Bo-min (Lee Jung-eun), que se vê de volta à cidade à beira do lago duas décadas depois.
Embora comece devagar, a série de oito partes na Netflix ganha ritmo na metade do caminho. Aqui estão três motivos para assistir.
1. Perspectiva renovada
Histórias sobre crimes tendem a se concentrar nos perpetradores, vítimas ou na polícia, mas The Frog adota uma abordagem nova, vendo tudo pela perspectiva de transeuntes inocentes que se tornam danos colaterais.
Os primeiros episódios, focando na família de Sang-jun, são comoventes. O impacto de um assassinato em seu motel vai além da ruína financeira – causa problemas de saúde mental em Eun-gyeong, que foi a primeira a descobrir a cena do crime, e torna seu filho Gi-ho alvo de intensa bulinação na escola. Eles são vítimas do cruel serial killer tanto quanto a mulher que morreu, mas seu sofrimento é frequentemente ignorado e ocultado. A escolha de The Frog de se concentrar neles o diferencia de outras produções desse gênero.
2. Atuações impressionantes
Embora haja falhas e buracos na trama, The Frog se eleva pela qualidade de seus atores e atuações, principalmente seus dois protagonistas, interpretados por Kim e Yoon.
Ainda que Yeong-ha suspeite que Seong-a possa ter matado seu filho em seu imóvel, ele guarda isso para si, enquanto o segredo o consome. Kim retrata a energia crescente e frenética de Yeong-ha em uma performance sutil. Através de muitas cenas silenciosas de correr e dirigir, o público sente seu medo e desespero em crescimento. Yoon é excelente, também, como Sang-jun. Sua descida em culpa e raiva após o assassinato e a ruína de seu sustento parece verdadeira, mostrando como um homem em tal crise se comportaria. Uma cena particularmente poderosa é quando ele volta ao motel após o crime e despenca em lágrimas angustiadas, tentando limpar manchas de sangue imaginárias.
3. Estilo e atmosfera inquietante
The Frog é uma obra cinematográfica que utiliza tomadas lindamente compostas e cores ricamente saturadas para amplificar a atmosfera estranha e desconfortável. As cenas na linha do tempo de Sang-jun são frequentemente banhadas em tons de marrom, cinza e verde, e sua família está vestida em tons neutros, complementando as circunstâncias desesperadoras que enfrentam. No presente, a ênfase é dada à bela decoração e as cores brilhantes do aluguel de férias de Yeong-ha, além das roupas vibrantes e elegantes que Seong-a usa. Isso resulta em imagens marcantes – como quando seu sexy vestido branco de noite está manchado de sangue, enquanto ela caminha pela casa de férias rústica.
O efeito geral lembra os espectadores de predadores ou plantas incrivelmente coloridos – sob essa beleza, há veneno.
Originária de Busan e ex-produtora de TV, Soo-Mi viajou pela Ásia buscando inspirações. Apaixonada por dramas contemporâneos, sua escrita é empática e sincera, conectando-se profundamente com os leitores.