PERFECT FAMILY EPISÓDIOS 1-2
Se você está à procura de algo sombrio e intrigante — e gosta de não saber em quem confiar na trama — “Perfect Family” é uma obra que merece sua atenção. Com reviravoltas inesperadas e jogadas de desinformação, é difícil não sentir que estamos prestes a testemunhar um dorama realmente chocante.
EPISÓDIOS 1-2
A principal protagonista desta história é CHOI SUN-HEE (Park Joo-hyun), que, por enquanto, vive uma vida idílica. Sun-hee foi adotada de um orfanato quando criança por seu pai (Kim Byung-chul) e sua mãe (Yoon Se-ah). Como uma família, eles compartilham refeições, praticam corridas juntos e parecem desfrutar de uma relação bem próxima. O pai vence por quatro anos consecutivos um prêmio de “Pessoa Excepcional” no trabalho, e mãe e Sun-hee estão lá para eternizar a “imagem perfeita” de sua conquista juntos como família.
Sun-hee também se destaca na escola, focando exclusivamente em seus estudos e no exame de admissão universitária. Seus dois melhores amigos estão apaixonados por ela: PARK KYUNG-HO (Kim Young-dae) demonstra seus sentimentos de forma bem clara, enquanto JI HYUN-WOO (Lee Shi-woo) esconde os seus, sentindo-se inferior por vir de uma origem mais humilde. Para o aniversário de Sun-hee, Kyung-ho lhe presenteia com um chaveiro enfeitado, mas noto que a atenção intensa desse amigo parece deixar Sun-hee um tanto desconfortável. Os meninos parecem estar em uma competição amigável por seus sentimentos, mas tudo está prestes a mudar com a chegada de LEE SOO-YEON (Choi Ye-bin).
De uma maneira traiçoeira, Soo-yeon entra na turma de Sun-hee e pergunta se ela a reconhece. Quando Sun-hee está sozinha, Soo-yeon novamente se aproxima, mencionando um momento em que Sun-hee a ensinou a prender o cabelo com um lápis (algo que mais tarde descobrimos que Soo-yeon havia ensinado a ela no orfanato). Ela também lhe entrega uma caixa de fósforos. Isso desencadeia uma memória em Sun-hee de quando era mais jovem e um grupo de meninos a estava bulinando atrás do orfanato. Soo-yeon apareceu para salvá-la, contando uma história assustadora sobre como seus pais foram mortos em um incêndio enquanto acendia os fósforos. Essa história foi suficiente para afastar os meninos de perto. Após esse incidente, as garotas tornaram-se inseparáveis, e Soo-yeon ensinou Sun-hee a fazer isso, embora ela não fosse muito boa. Mas tudo mudou quando Soo-yeon disse a Sun-hee que iria ser adotada e que sairia no dia seguinte.
Na calada daquela noite, um incêndio irrompeu no orfanato e Soo-yeon ficou gravemente ferida — queimando metade do couro cabeludo. Isso significou que sua adoção foi cancelada, pois o tratamento para queimaduras era muito caro. No presente, Soo-yeon critica Sun-hee, afirmando que ela não entenderia porque sempre foi feliz. Sun-hee, coitada, se sente péssima — eu realmente acho que ela não tinha ideia de tudo que havia acontecido com Soo-yeon. Soo-yeon usa a culpa de Sun-hee a seu favor, exigindo o chaveiro enfeitado (que Kyung-ho havia lhe dado) e se apoderando dele. É difícil não oscilar entre sentir pena de Soo-yeon e querer dar um tapa nela — ela teve uma vida horrível até agora, mas seu comportamento mimado não ajuda em nada.
Após essa revelação, vemos Sun-hee voltando da escola no dia seguinte e pedindo conselhos ao pai. Ela comenta que tem uma amiga com quem não sabe como conversar. Com o comportamento errático de Soo-yeon — gritando e jogando coisas à toa — eu consigo entender perfeitamente. Sun-hee diz que é diferente com Hyun-woo e Kyung-ho, pois consegue entender o que estão pensando. O pai se diverte e diz que isso é só como os garotos adolescentes são, embora ele tenha sido uma exceção. Juro que ele foi. Há algo sombrio no sorriso forçado e na risada falsa que vem de ambos os pais de Sun-hee. O pai sugere que Sun-hee escreva uma carta para sua amiga, pois isso irá ajudá-la a expressar seus pensamentos — não é um conselho ruim.
Recebemos uma breve visão da vida de Soo-yeon no momento. Ela foi enganada em seu emprego de meio-período: o chefe vendeu a loja e sumiu com os salários. Soo-yeon está morando com uma garota mais velha do orfanato e descobrimos que ela escolheu essa escola cara para se aproximar de Sun-hee — algo estranho, considerando seu ressentimento. Agora que Soo-yeon não tem dinheiro, decide pedir ajuda a Sun-hee. Sun-hee não ouve seu pedido a princípio, o que deixa Soo-yeon furiosa, fazendo uma cena enorme ao gritar que precisa de dinheiro.
No dia seguinte na escola, Kyung-ho coloca dinheiro na mesa de Soo-yeon e diz que ela não deve perturbar Sun-hee e que, caso esteja desesperada por dinheiro, deve pedir ajuda a ele — Kyung-ho vem de uma família rica, seu pai é um artista famoso. Novamente irritada, Soo-yeon dá um tapa em Kyung-ho enquanto ele se afasta, gritando que não quer seu dinheiro. Soo-yeon também se dirige a Sun-hee, gritando: “Você acha que sou uma mendiga!?” Calma, tigresa — geez. Kyung-ho não lidou com a situação da melhor forma, mas Soo-yeon parece estar perdendo o controle a cada momento que passa.
A inveja de Soo-yeon explode quando ela vê a mãe de Sun-hee buscar Sun-hee e Kyung-ho após a escola. Isso não passa despercebido por duas meninas que costumam perturbar Soo-yeon. As valentonas dizem que ouviram sobre a explosão dela e sabem que ela era infame na escola anterior. Tentando conquistar Soo-yeon, perguntam se ela quer que elas “cuidem” de Sun-hee, que elas chamam de chata por ser rica, uma aluna modelo e ainda ter um lindo segurança. Se Soo-yeon concordar, elas podem se tornar suas amigas. Mas Soo-yeon não está interessada; ela não quer fazer amizade com os bonzinhos, muito menos com essas duas.
No dia seguinte, Kyung-ho pede desculpas a Soo-yeon por sua atitude. Ela não esperava por isso (mas eu notei que ela não se desculpou por ter batido nele…). Enquanto isso, Sun-hee espera por Soo-yeon após o pedido de desculpas de Kyung-ho, e Soo-yeon pergunta se Sun-hee o fez pedir desculpas. Sun-hee confirma que fez porque sentiu que era sua culpa. Sun-hee parece ser realmente uma garota doce, e desde o orfanato, ela não teve que lidar com pessoas ou situações desafiadoras; essa é sua forma de manter todos em boas relações.
Entretanto, essa manobra gentil de Sun-hee parece ter irritado Soo-yeon. Soo-yeon espera Sun-hee acabar na academia e, então, a atrai para um beco escuro dizendo que tem algo a contar. Soo-yeon começa a perguntar de forma ameaçadora como Sun-hee acha que ela se machucou no incêndio…? Soo-yeon arranca sua peruca e vemos que metade de seu cabelo está faltando e ela possui cicatrizes desfigurantes em metade do couro cabeludo. Sun-hee fica surpreendida e completamente chocada — assim como eu. Soo-yeon começa a questionar Sun-hee sobre o que ela fez de errado. Ela coloca toda a culpa em Sun-hee.
Em uma lembrança, vemos uma Sun-hee triste atrás do orfanato, pensando sobre estar sozinha e tentando acender um fósforo. Ela acha que não conseguiu e decide colocar o fósforo de volta na caixa, deixando-o lá entre uma quantidade de madeira e lixo. Parece que Sun-hee não fazia ideia de que tinha iniciado aquele incêndio, e ela fica horrorizada. Acontece que Sun-hee foi adotada enquanto Soo-yeon estava no hospital e não soube a extensão de seus ferimentos. No presente, Sun-hee diz a Soo-yeon que presumiu que ela também havia sido adotada e estava vivendo uma boa vida. Sun-hee promete que irá pagar a Soo-yeon pelo resto da vida. Após essa conversa horripilante, quando Sun-hee volta para casa, não consegue dormir. Decide escrever uma carta para Soo-yeon, pedindo desculpas e perguntando se podem ser amigas como antes.
Com a carta em mãos, Soo-yeon vai para o telhado da escola para lê-la sozinha, e parece tocada pelo conteúdo. Justo quando Soo-yeon estava prestes a voltar para a sala de aula calmamente, as duas valentonas de antes aparecem. As valentonas a provocam, perguntando o que ela tinha a conversar com Sun-hee e se ela usa uma peruca. A calma Soo-yeon desaparece, e a Soo-yeon instável retorna à cena quando a câmera se afasta para o céu. Quando a audiência volta para a cena, as valentonas estão encolhidas no chão com narizes sangrando, enquanto Soo-yeon diz a elas para ficarem longe de Sun-hee. (Os piores traços de personalidade de Soo-yeon parecem se tornar úteis às vezes.)
No caminho para casa, Soo-yeon é seguida e atacada pelas duas valentonas que colocou no lugar, mas, infelizmente para Soo-yeon, elas têm apoio que consiste em dois meninos mais velhos. Um dos meninos comenta que Soo-yeon é forte por não fazer barulho enquanto uma das garotas a bate no chão. Interpretando isso como um convite, o outro garoto vai lá e dá um tapa em Soo-yeon — com força. Nesse momento, Kyung-ho surge e defende Soo-yeon dos meninos. (Hyun-woo está escondido na esquina chamando a polícia.)
Quando a polícia chega, Kyung-ho agarra a mão de Soo-yeon e, junto com Hyun-woo, eles fogem. Soo-yeon agora tem uma séria “paixão por salvadores”, e os meninos a acompanham até em casa para garantir sua segurança. Na escola, Soo-yeon leva o lixo da sala de aula e ouve Kyung-ho e Hyun-woo conversando. Hyun-woo pergunta a Kyung-ho se ele gosta de Soo-yeon agora e ele responde que de jeito nenhum — ele só pode gostar de Sun-hee. A instabilidade de Soo-yeon reaparece quando ela diz a Sun-hee que se Kyung-ho quiser falar com ela, Sun-hee deve ignorá-lo e não ir — caso contrário, a amizade delas estará acabada. Sun-hee está tão perdida sem saber como lidar com as crises de Soo-yeon, e faz o que lhe é dito.
Finalmente, chegamos à cena que foi repetidamente antecipada ao longo destes episódios, mas a preparação de um mês é necessária para que essa cena faça sentido. Quando Sun-hee chega em casa, lembra que não deu o livro de matemática a Soo-yeon e sai para procurá-la. Ao ver Soo-yeon entrar na casa de Kyung-ho, ela hesita em segui-la até ouvir gritos. Kyung-ho havia decorado sua sala com fotos e balões para confessar seu amor a Sun-hee. Então, Soo-yeon entra e diz que é uma ideia horrível e que não deve fazer isso porque falhará. Kyung-ho pergunta a Soo-yeon se ela gosta de Sun-hee, e é por isso que ela está agindo assim. Isso é o suficiente para ativar um interruptor na cabeça de Soo-yeon, e ela enlouquece. Quando Sun-hee entra, a peruca de Soo-yeon está no chão e ela está lutando com Kyung-ho e uma faca de cozinha bem grande.
Soo-yeon começa a gritar para Sun-hee, dizendo que quebrou sua promessa e que não deveria estar ali. Quando Kyung-ho consegue se libertar, Soo-yeon grita que sua vida é assim por causa de Sun-hee. Ela avança em direção a ela justo quando Kyung-ho pula na frente e acaba sendo esfaqueado em nome de Sun-hee, desmaiando no chão. Então vemos Sun-hee cambaleando para casa em estado de choque, coberta de sangue. Ela diz à mãe que matou Kyung-ho e que precisa se entregar. (Uma resposta bem normal, eu diria, a não ser pelo fato de que Sun-hee na verdade não fez isso. Talvez sua culpa em relação a Soo-yeon esteja fazendo com que ela queira cobri-la?) A reação da mãe, no entanto, é preocupante, para dizer o mínimo.
Sun-hee está encolhida no chão, completamente desolada, mas a mãe pergunta com o que ela o matou, onde está o corpo e se havia testemunhas. (Desculpe, mãe, pode repetir isso?) Depois de dizer a Sun-hee para trocar de roupa e tomar um banho, a mãe leva a ela um leite morno com um toque de remédios e diz que, se ela quiser se entregar, pode fazer isso, mas só assim se a mãe não se tornar cúmplice. A última pergunta da mãe foi: Sun-hee deixou algo para trás? Sun-hee responde que deixou seu celular e o livro didático, e uma mãe com uma aparência muito suspeita deixa Sun-hee passar para fora. Quando Sun-hee acorda, seus pertences estão em sua mesa, e sua mãe e seu pai estão sendo muito estranhos e sorridentes à mesa do café da manhã, dizendo que Sun-hee parece mal, e perguntando se ela teve pesadelos. Ai, que arrepios…
As coisas começam a se assemelhar à zona de crepúsculo quando mãe e pai parecem “normais” como sempre e todos estão tomando café da manhã quando Sun-hee ouve a notícia. Um incêndio aconteceu na casa de Kyung-ho e sua família toda morreu! Espera um minuto, cobrir um assassinato para seu filho é errado. Mas matar uma família inteira é um nível completamente diferente de loucura, erro, e muitas outras expressões que eu escolhi não compartilhar.
A polícia está no local do incêndio da casa de Kyung-ho, comentando que os pais estavam bêbados em cama, e achar isso estranho porque, em uma situação como essa, geralmente sobrevive ao menos uma pessoa. O incêndio começou no quarto do filho, com cigarros e thinner — o pai de Kyung-ho era um pintor, lembre-se — e parece que Kyung-ho irá assumir a culpa por isso. Soo-yeon está parada atrás da barreira da polícia com uma aparência muito duvidosa, e a polícia nota isso e decide investigar os amigos de Kyung-ho. Soo-yeon tenta entrar em contato com Sun-hee, que atualmente está tendo uma crise em seu quarto.
Uma estreia impressionante! Se você procura um dorama que faz você refletir — este é o certo. Soo-yeon claramente está agindo por impulso e sente que o mundo é injusto (o que realmente é). No entanto, isso não é desculpa para seu comportamento violento e manipulador. Mas, por mais problemática que Soo-yeon seja, não acredito que ela seja a grande vilã desta trama. Os pais de Sun-hee, por outro lado, parecem pertencer a um nível completamente diferente de estranheza e maldade. Esperemos que os episódios da próxima semana preencham algumas lacunas e nos deem uma direção clara, pois neste momento, estou incerta sobre onde isso está indo… o que, creio, é exatamente a intenção.
Originária de Busan e ex-produtora de TV, Soo-Mi viajou pela Ásia buscando inspirações. Apaixonada por dramas contemporâneos, sua escrita é empática e sincera, conectando-se profundamente com os leitores.