The Flog: Análise dos Episódios 1-8

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Quando você está caindo em uma floresta e não há ninguém por perto — você realmente faz barulho ou até mesmo se machuca? Atraente e instigante, esse thriller entrelaça fios filosóficos e psicológicos para examinar as vítimas indiretas e esquecidas do crime.

EPISODES 1-8

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No cerne de The Frog, encontramos um provérbio coreano: “a rã morre por uma pedra lançada descuidadosamente”. A intenção, ou melhor, a falta dela, não pode reduzir o impacto que leva à morte da rã. Mesmo que tal tragédia ocorra em um lugar afastado das olhadas perscrutadoras — ou, como o título coreano sugere, bem no fundo da floresta sem ninguém por perto.

Contrastando com esse dano acidental, a narrativa é contada de forma intencional. Em seu arco inicial, a série flutua em um começo medido e fragmentado, apresentando personagens por meio de breves trechos que encapsulam suas personalidades e circunstâncias distintas. Cada cena é deliberada, cuidadosamente composta para evocar uma atmosfera elaborada. Silêncios inquietantes, sons ambientais e trilhas sonoras intencionais estabelecem o clima, aumentando a tensão do que ainda está por vir.

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The Frog acompanha dois protagonistas distintos, ambos proprietários de estabelecimentos de hospedagem. O primeiro, JEON YOUNG-HA (Kim Yoon-seok), aluga uma casa de férias em meio à natureza para turistas que visitam a região. Ele é calmo e prático, firme em seus modos antiquados, embora rapidamente se afeições ao jovem garoto que uma misteriosa hóspede traz consigo.

A visitante é a distante e reservada YOO SUNG-AH (Go Min-shi), que se mostra reticente em suas palavras e observa de longe com um olhar enigmático. No início, Young-ha nem sequer sabe seu nome; ela fez a reserva sob o nome de HA SHI-HYUN (Jo Yeo-joon). Enquanto Sung-ah permanece à margem ouvindo um toca-discos antigo, Young-ha e seu amigo passam um dia divertido na piscina com Shi-hyun.

Então, tudo toma um rumo pior. Young-ha acorda na manhã seguinte com a cabine vazia, apenas o cheiro de desinfetante preenchendo o banheiro e um disco de vinil manchado de sangue deixado para trás. Ao verificar a câmera do carro de seu amigo, ele vê Sung-ah saindo com uma mala, mas não encontra vestígios de Shi-hyun. A mente de Young-ha corre para a pior conclusão, mas, com apenas sua suspeita e mera evidência circunstancial, ele não pode arriscar a reputação de seu negócio. Em vez disso, substitui as toalhas desaparecidas, limpa o disco de vinil e tenta enterrar o incidente em sua mente.

O outro protagonista, o simpático e idealista GU SANG-JOON (Yoon Kye-sang), opera o Lake View Motel no campo com sua esposa SEO EUN-KYUNG (Ryu Hyun-kyung). A empolgação desmedida de Sang-joon por seu estabelecimento o leva a convidar um viajante solitário para o motel numa noite chuvosa.

Infelizmente, a bondade de Sang-joon acaba se voltando contra ele. Sirenes da polícia cercam o motel no dia seguinte, chamadas pela Eun-kyung apavorada. O hóspede da noite anterior era o serial killer JI HYANG-CHUL (Hong Ki-joon), levando a uma cena de arrepiar onde Sang-joon imagina o que deve ter acontecido. Hyang-chul carrega sua vítima do carro para dentro do motel enquanto Sang-joon dorme tranquilamente na recepção. Então, a noite se transforma em dia e Sang-joon entra na suíte, encontrando lençóis ensanguentados e um corpo desmembrado de forma grotesca.

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Nos meses que se seguem, a má publicidade assombra o motel e a culpa de ter convidado o assassino para dentro se instala em Sang-joon. Eun-kyung não consegue apagar da mente a visão horrenda que presenciou, e seu filho GU KI-HO (Choi Jung-hoo) é brutalmente perseguido pelos colegas de escola. Incapaz de suportar mais, Sang-joon explode, culminando em uma cena comovente onde ele tenta inutilmente esfregar as manchas de sangue do carpete, desmoronando em lágrimas de angústia.

Num primeiro momento, parece que esses casos estão em jornadas paralelas. A trama brinca com a narrativa não linear, até que a policial YOON BO-MIN conecta os dois incidentes: ela é a nova recruta (Ha Yoon-kyung) oposta a Sang-joon e a policial experiente (Lee Jung-eun) próxima a Young-ha. Os dois casos são separados por vinte anos.

A tragédia — e a ameaça — do caso do Lake View Motel paira sobre Young-ha, levando-o a proteger seu estabelecimento e sua filha acima de tudo. Quando Sung-ah retorna, sem Shi-hyun e agindo como uma pessoa completamente diferente, se torna difícil discernir o que é real e o que é apenas uma projeção da mente perturbada de Young-ha. As cenas de Sung-ah são pintadas com um surrealismo vívido, compostas através de takes que beiram o grotesco.

Tudo o que eu gostaria que tivéssemos visto mais — a trajetória de vinte anos de Bo-min, a descida de Sung-ah à volatilidade, as motivações criminosas de Hyang-chul — parecem omissões deliberadas condizentes com o foco da trama. Esta não é a história dos assassinados ou dos assassinos. É a história das vítimas negligenciadas — aquelas que estavam no lugar errado na hora errada, cujas vidas foram irrevogavelmente alteradas em um único momento, as que são assombradas pelo julgamento da sociedade sem culpa alguma.

A série deixa várias lacunas e perguntas sem resposta, refletindo precisamente a situação das rãs. “Por que eu?” lamenta um atormentado Sang-joon, desprovido de respostas. O repórter YEOM DONG-CHAN (Lee Ga-seob) lhe oferece uma plataforma para expressar suas queixas e contar sua versão, mas logo floppa. Vinte anos depois, quando Young-ha visita o lar de idosos, um envelhecido Sang-joon ainda se encontra aprisionado nas torturas daquele dia fatídico.

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Apesar de começar de forma sombria e contemplativa — o que eu preferia — a série rapidamente se transforma em um thriller de ritmo acelerado em sua segunda metade. Um Ki-ho (Park Chan-yeol) adulto retorna em busca de vingança, a filha de Young-ha, Roh Yoon-seo, se recusa a desistir sem lutar, e Jang Seung-jo faz uma participação marcante como o ex-cônjuge de Sung-ah. Young-ha retaliará contra a guerra de territórios que Sung-ah inicia, escalando diante da absurdidade dela. Enquanto isso, Bo-min utiliza sua aptidão para se aprofundar em crimes e criminosos para descobrir a verdade. Sepultados nas profundezas da floresta estão segredos e pecados, sem testemunhas, mas não permanecerão enterrados para sempre.

Embora Sang-joon seja o protagonista que seguimos em sua própria linha do tempo, seu filho Ki-ho acaba se mostrando o verdadeiro oposto de Young-ha. Mesmo assim, o provérbio da rã de Sang-joon chega a Young-ha em seu momento mais baixo, oferecendo um consolo empático. Young-ha não está sozinho, pois Bo-min percebe as peculiaridades ao seu redor, e sua comunidade rural o apoia nos momentos difíceis.

A árvore que caiu em uma floresta sem ninguém por perto pode ou não ter feito barulho — mas caiu assim mesmo. O impacto é verdadeiro, e a dor persiste. Mesmo assim, um dia, alguém pode aprender sobre seu sofrimento e estender a mão. Às vezes, a rã morre, sucumbindo ao seu sofrimento. Contudo, às vezes, a rã ferida sobrevive e é capaz de curar.

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